Debates da atualidade e feedbacks dos mercados terão peso na programação do 14º CBA
Os temas científicos e agronômicos têm dominado a pauta do Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), ao longo das suas treze edições do evento, até agora. No 14º CBA, eles continuam sendo a tônica, mas as sinalizações do mercado da fibra e os grandes debates da atualidade, como os efeitos da variabilidade climática sobre o manejo do algodão, devem ganhar ainda mais relevância entre as plenárias e salas temáticas do maior evento da cotonicultura brasileira, que acontece entre os dias 03 e 05 de setembro próximo, em Fortaleza. Nesta quinta-feira, 25/01, a comissão científica do 14º CBA se reuniu para discutir os temas que comporão a grade da programação do congresso, em especial, as salas temáticas. O encontro foi presencial e ocorreu na sede da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em Brasília.
De acordo com o coordenador da comissão científica, Jean Louis Belot, a equipe de técnicos está avançando na definição dos palestrantes, principalmente, para os hubs temáticos. “A novidade deste encontro foi a participação da equipe do Cotton Brazil, que trouxe alguns dos assuntos prioritários, levantados em seus contatos com o mercado consumidor lá fora, sobretudo, fiações e tecelagens. Com as contribuições, pensaremos em como responder melhor às demandas”, explicou o pesquisador, ressaltando, também, a importância das métricas em sustentabilidade, como no mapeamento da pegada de carbono, e os investimentos em pesquisa para melhorar a eficiência dos sistemas produtivos.
O Cotton Brazil é a iniciativa que promove o algodão brasileiro no mundo, estreitando o relacionamento com nove mercados prioritários da fibra no globo. Dentre os temas listados pelo programa, na reunião, está a discussão sobre a perda de espaço do algodão entre as demais fibras têxteis fabricadas pelo homem. Além desse, o índice de fibras curtas – no qual o Brasil vem avançando ano a ano –, a uniformidade dos lotes e a melhoria da percepção da imagem do comprador em questões já solucionadas, como a pegajosidade do algodão (stickness).
De acordo com o diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, a comissão tem a seu encargo estabelecer o formato científico do congresso. “Para nós, esse é o ponto mais importante e que justifica a realização desse grande evento, que acontece a cada dois anos. São esses temas que atraem o interesse dos produtores e dos técnicos para o congresso. Estamos discutindo, para a formatação do 14º CBA, a nossa relação com o mercado internacional, questões relacionadas à mudanças climáticas, carbono, sustentabilidade, manejo eficiente de pragas e doenças, uso de biológicos, uso do solo de forma consciente e eficiente, e aspectos da economia mundial que possam interferir na evolução e no desafio de nos manter como segundo maior exportador mundial e terceiro maior produtor de algodão mundial”, resumiu Portocarrero.
Além do coordenador, a Comissão Científica é formada por Ana Luiza Borin (Embrapa Arroz e Feijão), Cezar Augusto Tumelero Busato (Associação Baiana dos Produtores de Algodão-Abapa), Fernando Lamas (Embrapa Agropecuária Oeste), Lucas Daltrozo (Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão- Ampa), Lucia Vivan (Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso), Odilon Reny Ribeiro Ferreira Silva (Embrapa Algodão), Rafael Galbieri (Instituto Mato-Grossense do Algodão), Thiago Gilio (Universidade Federal do MT), e Wanderley Oishi (Associação Goiana dos Produtores de Algodão – Agopa).
Fonte: Abrapa