Primeiras habilitações para certificação de conformidade oficial do algodão foram entregues a algodoeiras e laboratórios
As primeiras habilitações para a certificação de conformidade oficial do algodão brasileiro foram dadas às algodoeiras da Fazenda Pamplona, do Grupo SLC Agrícola, e da GM, do Grupo Moresco, ao laboratório de HVI do estado de Goiás e para o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), localizado em Brasília. A cerimônia, na quinta-feira (04), foi durante evento da Missão Compradores Cotton Brazil 2022, em Brasília, que trouxe ao País industriais do setor têxtil de seis países: Turquia, Vietnã, Paquistão, Coreia do Sul, Bangladesh e México para conhecer como é produzido e beneficiado o algodão brasileiro.
O fiscal agropecuário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Cid Alexandre Oliveira Roso, fez a entrega do documento de habilitação no Programa Nacional de Classificação de Algodão para a algodoeira da Fazenda Pamplona, representada pelo presidente do Grupo SLC Agrícola, Aurélio Pavinato, e à algodoeira do Grupo Moresco, do proprietário Carlos Alberto Moresco. O diretor Executivo da Agopa, Dulcimar Pessatto Filho, e o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Júlio Cézar Busato, receberam as habilitações para a certificação oficial do programa de autocontrole do Mapa para o Laboratório de Classificação Visual e Tecnológica da Fibra de Algodão, da Agopa, e para o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA-Abrapa), respectivamente, e entregues pela fiscal Ana Cláudia Marques Cintra e por Tiago de Dokonal Duarte, coordenados de fiscalização da qualidade vegetal.
Para Busato, a certificação de conformidade é um grande passo da cotonicultura no cumprimento da missão de criar um ambiente favorável ao crescimento do setor. Segundo ele, a Abrapa aposta diariamente na tecnologia e na inovação como pilares para o aprimoramento e modernização do setor. Não à toa investiu em rastreabilidade e qualidade, mas faltava um ponto chave: a chancela do governo federal para a certificação de conformidade oficial do algodão brasileiro. “Agora estamos vendendo o algodão junto com o governo. Temos o nosso card brasileiro”, destacou Busato, acrescentando que a Abrapa e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento trabalharam juntos, em projeto-piloto, na safra 2021/202, para a estruturação e implantação da certificação de conformidade oficial do algodão brasileiro.
O objetivo da iniciativa foi harmonizar os procedimentos de controle da conformidade, em atendimento a Portaria 375, de agosto de 2021; que estabelece os requisitos e critérios para a Certificação Voluntária dos produtos de origem vegetal. Sistemas de TI estão em processo de integração, inspetores de unidades de beneficiamento de algodão foram treinados, requisitos como peso e dimensão de amostras foram adotados, conforme a IN 24 (Instrução Normativa); processo de verificação das facas das prensas foram implantados, lacres invioláveis passaram a ser utilizados nas malas de algodão, bem como se estabeleceu a padronização do processo de recepção de amostras no laboratório, dos parâmetros de conformidade dos equipamentos de HVI até a emissão da certificação pelo SCA com validação pelo Mapa. O secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, José Guilherme Tollstdius Leal, ressaltou o pioneirismo da iniciativa que possibilita transparência nos processos de classificação do algodão.
A SLC e a GM fazem parte do projeto-piloto de certificação e que consiste na inspeção das facas, retirada de amostras, conforme a IN24, e malas com lacre para envio ao laboratório, por exemplo. Os compradores puderam ver, na prática, como será o programa de certificação voluntária do Mapa nas usinas de beneficiamento.
Missão Compradores visita projeto-piloto
Na quinta-feira (04), os industriais estiveram na Fazenda Pamplona – SLC Agrícola, localizada em Cristalina (GO), e conheceram a algodoeira, o procedimento-padrão adotado, as normas internas e cuidados nos processos, a estrutura de trabalho e verificaram in loco como se dá o beneficiamento da fibra. Goiás é o terceiro maior produtor de algodão do Brasil, com 27,4 mil hectares de área plantada.
Parceiros da Abrapa na promoção do algodão no mundo e nesta iniciativa da Missão Compradores Cotton Brasil 2022, a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE), destacaram a importância da vinda da comitiva ao Brasil. Para o presidente da Anea, Miguel Faus, a passagem da missão pelo País é positiva porque possibilita a realização e prospecção de negócios futuros. “É uma forma de os compradores conhecerem melhor como o Brasil produz, colhe e qualifica a fibra”, disse. O diretor de Negócios da Apex Brasil, Lucas Fiuza, disse que a iniciativa proporcionará resultados expressivos, uma vez que o grupo que esteve no Brasil é constituído por grandes industriais. “Gratificante a parceria com a Abrapa em projeto como este”, afirmou. O diretor do Departamento de Energia e Agronegócio do MRE, embaixador Alexandre Pña Ghisleni, também enalteceu a importância de os industriais conhecerem o que se faz no Brasil na cultura do algodão. “O que fazemos é com consciência e nível de qualidade e excelência”, observou.
Exportações
O Brasil exportou 1,68 milhão de toneladas no acumulado de agosto a julho de 2022, totalizando uma receita de US$ 3,222 bilhões. A China segue como o principal destino das exportações brasileiras (455 mil toneladas) e representa 27% das vendas. Na sequência do ranking de maiores importadores do algodão brasileiro estão Vietnã (275 mil toneladas), Turquia (227), Bangladesh (206), Paquistão (190) e Coreia do Sul (41). O México não tem registro de compra na safra 2021/2022, embora falte pouco mais de um mês para o encerramento da atual colheita. Na safra anterior, o México importou pouco mais de 22 mil toneladas da fibra do Brasil.
Padrão internacional
Representantes da Turquia e do Paquistão, falaram em nome do grupo e se mostraram impressionados pela evolução e pela forma de produzir a pluma no Brasil. Segundo eles, o País está dentro dos padrões internacionais.
De fato, o algodão brasileiro tem rastreabilidade, com programas que informam os compradores sobre quando e por quem o algodão foi produzido e industrializado, além seguirem os pilares de sustentabilidade econômica, social e ambiental.
Fonte: Abrapa