Abrapa mostra para a Academia de Lideranças da Aprosoja as ações que posicionaram melhor a fibra globalmente
O diretor Executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Marcio Portocarrero, participou do encontro de delegados da Aprosoja Mato Grosso, nesta quarta-feira, 03, na sede da Aprosoja Brasil. Na oportunidade, o executivo falou sobre os desafios e tendências da cotonicultura globalmente e as ações implementadas pela Abrapa, que resultaram em altas produtividades, lavouras de algodão ambientalmente responsáveis e a obtenção de uma fibra de qualidade, exigências crescentes nas transações comerciais. A presença da Abrapa serviu para compartilhar ações e estreitar as relações entre as entidades que são parceiras na defesa do agro brasileiro.
Portocarrero mencionou os desafios do setor para a manutenção da competitividade no mercado global. Citou, por exemplo, os subsídios agrícolas concedidos pelos EUA, China e Índia, a competitividade da fibra sintética e o elevado custo de produção, entorno de R$ 19 mil por hectare produzido de algodão. Sobre tendências do mercado, destacou o uso de sementes geneticamente modificadas, mais resistentes a pragas e permitindo aumento de produtividade, sem que houvesse necessidade de grandes expansões na área cultivada de algodão. O manejo integrado de pragas, a certificação de boas práticas e a rastreabilidade da cultura também foram mencionados.
Competitividade da fibra
Segundo maior exportador e quarto maior produtor de algodão mundial, o País avança no mercado global com a execução de iniciativas pioneiras. A rastreabilidade é uma delas. Com o SouABR, em fase-piloto, por meio da tecnologia blockchain, é possível identificar o caminho da fibra, da lavoura até as etiquetas e saber quem produziu, em que região e fazenda. Os delegados ficaram impressionados com o programa, acessaram o sistema por meio do QR Code e puderam verificar de fato do que se tratava. Outro dado apresentado foi o de que o País também é o maior fornecedor mundial da fibra licenciada Better Cotton (BCI), com 42% da oferta mundial na safra 20/21. Portocarrero observou que a Abrapa e a BCI atuam em benchmark desde 2013, por meio do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), coordenado pela associação em parceria com as estaduais e com os produtores, que chancela a sustentabilidade da pluma. O brasil é o maior fornecedor BCI do mundo, com 84% da fibra brasileira certificada. De acordo com o diretor, são ações que têm por objetivo posicionar melhor a fibra brasileira, garantindo uma produção com qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade.
Mercado Internacional
Por meio do Cotton Brazil, o diretor mostrou aos produtores como se dá a promoção do algodão brasileiro no mercado asiático, destino de 99% das exportações da pluma produzida no País. A iniciativa é fruto de uma parceria do setor produtivo com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), com apoio da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE). A Abrapa possui um escritório em Singapura de onde faz a interface com o setor comprador. A ação visa melhorias em marktshere, melhores preços e imagem. A meta da Abrapa é chegar em 2030 liderando como maior exportador mundial de algodão.
Fonte: Abrapa