Capacitação reforça padronização e qualidade nas análises do algodão em pluma
Entre os dias 7 e 11 de abril, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) promoveu o primeiro curso de capacitação e qualificação de inspetores de algodão em pluma de 2025. Supervisionado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o treinamento foi realizado na sede da entidade, em Brasília, e teve como objetivo preparar os profissionais que atuarão nos laboratórios do Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro (PQAB) durante a safra 2024/2025. Além de serem responsáveis pela inspeção das amostras, eles têm a missão de assegurar a confiabilidade dos resultados, o que exige verificações periódicas a cada 200 análises, mantendo uma taxa mínima de 91% de confiabilidade.
“Este ano, atendendo a uma solicitação do Mapa, tivemos uma abordagem mais prática, com foco no correto manuseio das amostras e na execução das análises. Contamos com a participação de pessoas estratégicas dos laboratórios, que terão o papel de multiplicar esse conhecimento em treinamentos internos com seus colaboradores safristas.”, explicou Edson Mizoguchi, gestor do Programa de Qualidade da Abrapa.
Além da parte técnica-operacional, a capacitação teve como temas boas práticas laboratoriais, rastreabilidade, qualidade na Unidade de Beneficiamento de Algodão (UBA) e os programas da Abrapa: Sou de Algodão, Sou ABR, Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e ABR – UBA. O curso também contou com a presença do fiscal do Mapa, Cid Rozo, responsável pelo autocontrole, que reforçou a importância do PQAB e destacou as melhorias observadas nos laboratórios durante a safra 2023/2024. Ele ainda apontou os principais pontos críticos do processo de amostragem e análise, essenciais para garantir a confiabilidade dos resultados.
“A importância desses treinamentos está, sobretudo, em promover a harmonização dos entendimentos entre os diferentes laboratórios, garantindo que todos estejam alinhados em relação aos procedimentos, padrões de qualidade e critérios técnicos. Foram apresentados exemplos práticos de situações que tiveram sucesso em um laboratório e falhas em outro, o que permite identificar pontos de melhoria, discutir correções adotadas e compartilhar medidas preventivas eficazes que já foram implementadas com bons resultados”, afirmou Rozo. Segundo ele, em dois anos de implementação do programa, o número de laboratórios com índice de confiabilidade superior a 98% cresceu de seis para dez, em um universo de 12 laboratórios avaliados.
Participaram da capacitação representantes dos laboratórios da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), Associação Sul-Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampasul), Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa) e do Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA).
Abrangente
Durante o curso, foram abordados temas que abrangem a cadeia produtiva do algodão. A diretora de Relações Institucionais da Abrapa, Silmara Ferraresi, apresentou os detalhes do funcionamento da etiqueta do Sistema Abrapa de Identificação (SAI) e destacou sua importância dentro dos programas PQAB e Standard Brasil HVI (SBRHVI). “Mostramos como os sistemas de rastreabilidade são construídos, qual o caminho percorrido pelo algodão desde a origem e o papel do inspetor de UBA no sistema”, explicou Silmara.
Para o consultor na área de qualidade, processo e beneficiamento do algodão, Edmilson Santos, o treinamento não foi restrito ao laboratório. “Ele conectou conhecimentos desde a lavoura, passando pela logística, análises laboratoriais e chegando até a indústria têxtil. Foi uma verdadeira imersão nos fatores que influenciam a qualidade e o valor do algodão, promovendo um entendimento amplo e prático de como cada etapa impacta o resultado final”, explicou.
No último dia do curso, os participantes foram submetidos a uma avaliação, na qual a nota mínima exigida foi sete. “O PQAB também passou por várias melhorias da última safra para a atual. Ao retornar para o laboratório, minha missão é compartilhar esse conhecimento com toda a equipe, para que todos estejam por dentro das mudanças e avanços ocorridos de uma safra para outra. Essa troca é essencial para garantir que todo mundo esteja alinhado e preparado para aplicar as novas práticas no dia a dia”, concluiu Milena Ingrid, gestora da qualidade do laboratório da Agopa.
Fonte: Abrapa