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Setor agroindustrial dá passo importante para mapeamento da pegada de carbono do algodão

No dia 26 de novembro, foi firmada uma parceria técnica entre a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a Bayer e a Embrapa Meio Ambiente. O objetivo é mensurar a pegada de carbono do algodão, em um movimento que busca consolidar práticas mais sustentáveis no setor agroindustrial brasileiro.

O projeto será conduzido pelas pesquisadoras Marília Folegatti e Nilza Patricia Ramos, da Embrapa Meio Ambiente, e inclui a análise das emissões de carbono associadas a diferentes produtos derivados do algodão, como a pluma, o caroço, o farelo e o óleo. Trata-se de um estudo inédito no Brasil, que pretende estabelecer uma referência nacional confiável sobre o impacto ambiental da cultura, destacando tanto sua eficiência produtiva quanto os atributos sustentáveis dos seus subprodutos.

Histórico da iniciativa

Segundo Marília Folegatti, a pesquisa na área de algodão teve início há cerca de um ano. Desde então, a Embrapa vem desenvolvendo um módulo para calcular a pegada de carbono do algodão em sistema de produção. A terceira versão dessa calculadora já contempla essa solução e foi aplicada pela Bayer em uma área de 77 mil hectares no Centro-Oeste do país.

“No entanto, o Brasil é um país extremamente diverso, e há várias formas de se produzir algodão. Para representar bem essa produção em escala nacional, consideramos fundamental trazer mais dois parceiros estratégicos: a Abrapa e a Abiove”, explicou a pesquisadora.

A Abrapa reúne cerca de 18 mil produtores, responsáveis por 95% da produção nacional de algodão, enquanto a Abiove, parceira de longa data da Embrapa, tem contribuído para discussões importantes, como as que envolvem o programa RenovaBio, e agora ajudará a estruturar a análise de extração de óleo e produção de biodiesel a partir do caroço do algodão.

Amplitude e impacto da parceria

A colaboração envolve toda a cadeia produtiva do algodão, envolvendo a caracterização dos processos agrícolas e industriais. Segundo Folegatti, o trabalho permitirá mapear a pegada de carbono de produtos como pluma, óleo, farelo e biodiesel, considerando as diferentes tecnologias praticadas no Brasil.

“Essa associação é crucial para representar a diversidade de métodos de produção no país. A Abrapa contribui com sua visão sobre os sistemas agrícolas, enquanto a Abiove agrega com sua expertise nas fases seguintes da cadeia, incluindo a extração de óleo e a produção de biodiesel. A valorização de subprodutos, como o farelo utilizado para a alimentação animal, também merecerá atenção do projeto”, destacou a pesquisadora.

Além disso, a iniciativa fortalece o compromisso da Abiove com a sustentabilidade, alinhando-se a programas como o RenovaBio, que busca fomentar a descarbonização na agroindústria. O projeto não apenas ajuda a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, mas também valoriza práticas que tornam o algodão brasileiro mais competitivo no mercado global.

Sustentabilidade como prioridade

O Brasil é um dos maiores exportadores de algodão do mundo e, com essa iniciativa, reforça seu papel de liderança em práticas agrícolas sustentáveis. A parceria entre Embrapa, Abiove, Abrapa e Bayer é mais um exemplo concreto do esforço coletivo para tornar a agroindústria nacional mais eficiente, sustentável e alinhada às demandas de consumidores e mercados internacionais por produtos com menor impacto ambiental.

O estudo, além de subsidiar decisões estratégicas no setor, deverá servir como um modelo para outras cadeias produtivas, fortalecendo o compromisso do agronegócio brasileiro com a sustentabilidade e a inovação tecnológica.

Fonte: Embrapa Meio Ambiente (Cristina Tordin)

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ampasul

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