ABR-UBA abre temporada de adesão para safra 2023/2024
A meta é ultrapassar as 120 unidades de beneficiamento aprovadas este ano
Teve início o período de adesão das Unidades de Beneficiamento de Algodão (UBA) — a primeira etapa industrial da matéria-prima até chegar ao consumidor final — ao programa de certificação socioambiental Algodão Brasileiro Responsável para Unidades de Beneficiamento de Algodão (ABR-UBA) para a safra 2023/2024. No ciclo passado, 99 UBAs, distribuídas em oito estados, foram aprovadas após auditorias pelo programa criado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Para este ano, a meta é ultrapassar as 120 unidades.
“Na última safra, foram certificadas 42% das unidades de beneficiamento existentes no país. Para este ano, buscamos ampliar esse número, pois o resultado alcançado até agora é um sinal claro do engajamento dos produtores brasileiros de algodão com o conceito de sustentabilidade e com o programa de certificação. Embora não seja obrigatório, o ABR-UBA continua ganhando mais adeptos a cada ano”, afirmou o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel.
Criado em 2021, o ABR-UBA é baseado nos pilares da sustentabilidade — ambiental, social e econômico —, e estabelece parâmetros de boas práticas para o beneficiamento nas unidades. Ele exige o cumprimento de legislações e normas específicas para a atividade, que são auditadas para a obtenção da certificação.
Na safra 2022/2023, dos 3,27 milhões de toneladas de algodão beneficiado, dois milhões de toneladas foram processadas em algodoeiras certificadas. Isso corresponde a 62% do montante. “O resultado é muito importante. O ABR-UBA introduz práticas que promovem uma gestão eficiente e a padronização dos processos, como medidas para evitar a contaminação dos fardos. O cumprimento desses requisitos inicia um processo de melhoria contínua nas usinas, com o objetivo de estabelecer um padrão de qualidade para os fardos brasileiros”, explicou Schenkel.
Adesão
As interessadas em aderir ao programa devem procurar uma das nove associações filiadas à Abrapa, que atue no seu estado: Abapa (Bahia), Agopa (Goiás), Ampa (Mato Grosso), Ampasul (Mato Grosso do Sul), Amapa (Maranhão), Amipa (Minas Gerais), Appa (São Paulo), Acopar (Paraná) e Apipa (Piauí).
Para este ano, todo o protocolo e seus documentos foram reavaliados, com a inclusão de três novas perguntas que abordam a execução de trabalhos em altura acima de dois metros, a segurança nas áreas de vivência e o armazenamento de caroço. Foram introduzidas também medidas para prevenir assédio moral, sexual e qualquer outro tipo de violência.
“O escopo foi ajustado para incentivar a boas práticas voltadas ao bem-estar, saúde e segurança dos trabalhadores envolvidos nas atividades com máquinas e equipamentos usados no beneficiamento da pluma, e o aprimoramento é contínuo. O checklist de administração, nesta safra, inclui cinco novos itens, com o objetivo de promover a melhoria contínua nas unidades participantes”, disse Schenkel.
As certificadoras de terceira parte que atuarão nas associações estaduais serão Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Genesis Certifications e Qima/WQS. Os 173 itens avaliados estão organizados nos 8 critérios: contrato de trabalho; proibição de trabalho infantil; proibição de trabalho análogo ao escravo; liberdade de associação sindical; proibição de discriminação de pessoas; meio ambiente, segurança do trabalho e saúde ocupacional (NR31) e segurança no trabalho em máquinas e equipamentos (NR12); desempenho ambiental e boas práticas.
Fonte: Abrapa