Apresentar o caso de sucesso da sustentabilidade do algodão brasileiro e até inspirar, pelo exemplo, outras cadeias produtivas do agro a desenvolverem suas próprias estratégias sustentáveis, foram as razões que levaram a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) até o Ciclo de Palestras Showpec, realizado na Expogrande 2023. A tradicional mostra agropecuária é promovida pela Associação dos Agricultores de Mato Grosso do Sul (Acrissul). O diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, representou a entidade na mesa-redonda, que teve como tema, no dia 17 de maio, “Crédito de Carbono Neutro”. Dentre os assuntos abordados, também estavam o biogás, como fonte de “energia do futuro”, as oportunidades e desafios ao “hidrogênio verde” e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) em Carbono Neutro.

A tônica ambiental do evento pecuarista tem a ver com o trabalho desenvolvido pelo estado de Mato Grosso do Sul para criar uma agenda positiva com foco na sustentabilidade, aliando suas potencialidades produtivas, que se caracterizam por uma matriz diversificada e moderna, ao fato de Mato Grosso do Sul concentrar em torno de 60% do bioma do Pantanal, sendo um forte destino do chamado turismo ecológico. Na oportunidade, o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, antecipou que o governo estadual irá lançar um programa de incentivo, por meio de redução do ICMS, para os produtores de algodão que possuem certificação ABR. A previsão é instituir o programa ainda no 1º semestre 2023.

“Foi uma oportunidade muito interessante, porque existe um ambiente com foco em sustentabilidade e ecologia no Mato Grosso do Sul, tanto porque isso é vantajoso do ponto de vista da produção – alicerçada nos pilares social, ambiental e econômico – como de imagem. Mostrar o que a Abrapa vem fazendo com o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e o grande salto que foi associá-lo à rastreabilidade gerou muito engajamento do público”, afirmou Portocarrero. Sobre o programa mencionado pelo secretário Verruck, atrelando incentivo fiscal aos cotonicultores aderentes ao ABR, o executivo da Abrapa acredita que, quando implementado, será um exemplo para todos os demais estados, com benefícios diretos à rentabilidade do produtor de algodão e criando ainda mais percepção de valor para o produto nacional.

Fonte: Abrapa