Cotonicultura brasileira busca aprofundar e ampliar relações comerciais com Bangladesh
Com objetivos comuns, o de estreitar relações e aumentar as divisas comerciais, os produtores de algodão do Brasil e autoridades de Bangladesh têm trabalhado para intensificar o volume de negócios e investimentos mútuos. Com esse intuito, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Júlio Cézar Busato, compareceu a um jantar oferecido pela embaixadora Sadia Faizunnesa, na ‘Casa de Bangladesh’, na última sexta-feira (9), em Brasília. Também estiveram presentes o embaixador da Índia, Suresh K. Reddy, o embaixador da Indonésia, Edi Yusup e do Ministério de Relações Exteriores, o Secretário de Ásia, Pacífico e Rússia, embaixador Eduardo Paes Saboya, o diretor do Departamento de Energia e Agronegócios, ministro Alexandre Peña Ghisleni e o Diretor do Departamento para a Índia, Sul e Sudeste Asiático, ministro Roberto Goidanich.
A embaixadora Sadia Faizunnesa, durante o encontro com o presidente da Abrapa, solicitou que ele facilitasse a exportação direta de algodão para Bangladesh, já que o país tem uma grande demanda por algodão. Vale ressaltar que, Bangladesh é o segundo maior exportador de roupas prontas para vestir e o segundo maior importador de algodão do mundo.
Para o presidente da Abrapa, o estreitamento das relações é muito importante, ajuda a melhorar a imagem do setor, que produz uma fibra de qualidade e com responsabilidade ambiental e social, gerando riqueza, emprego e renda, além de abrir portas para maiores volumes de negociações da pluma nacional. Bangladesh é o mercado que mais cresce na importação mundial da pluma, juntamente com o Vietnã, mas que ainda compra pouco algodão brasileiro, comparativamente com outras regiões produtores. O fluxo comercial, referente ao algodão, entre os dois países, na safra passada, foi de 270 mil toneladas importadas. No atual ano comercial, entre agosto de 2021 e agosto de 2022, as exportações para o mercado somaram 184,0 mil toneladas. É o quinto maior importador do algodão brasileiro, mas é o segundo maior importador global de algodão.
Não à toa, o Brasil está de olho em Bangladesh e trabalhando para ampliar a abertura de mais mercado e o surgimento de novas oportunidades de negócios, assim como com os demais países da Ásia, é o caso da Índia e da Indonésia que estavam presentes no encontro. As indústrias têxteis de Bangladesh, por exemplo, planejam expandir sua produção e com isso precisarão de mais algodão do que já consomem e por isso essa comunicação permanente com o país, segundo Busato. “É um mercado estrategicamente localizado no sul da Ásia e nós temos interesse de suprir as necessidades deles. Nós temos hoje uma posição muito importante no ranking mundial tanto na produção, quanto de exportação, temos uma fibra de qualidade e produzimos de maneira responsável, mas percebemos que existem muitos mitos sobre nossa produção e esses encontros são essenciais para mostrar nosso mercado”, afirmou.
No acumulado de agosto de 2021 a julho de 2022, a China foi o principal destino das vendas brasileiras (455 mil toneladas) e representou 27% das exportações acumuladas. A participação da China caiu em relação ao ano comercial anterior, quando foi o destino de 30% da pluma. Apesar do menor volume total exportado, 13 países aumentaram as importações, com destaque para Índia (12,7 mil toneladas), Filipinas (1,4 mil toneladas) e Portugal (1,4 mil toneladas). Bangladesch está na programação do setor para expandir as vendas e subir no ranking de maiores destinos da pluma nacional.
Fonte: Abrapa