Rota do algodão: conheça o processo do plantio até a etiqueta da roupa
Presente nas peças básicas do closet, da camisa a calça jeans, o algodão carrega textura, história e é tramado também em uma longa trajetória até chegar às prateleiras da lojas de moda. A coluna foi direto na fonte, em uma das plantações brasileiras, a 105 quilômetros de Brasília, para conhecer de perto e revelar todos os detalhes.
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Fazendo o caminho reverso da etiqueta presa na roupa até a plantação de algodão, a Cotton Trip (Viagem de Algodão, em tradução para o português) foi realizada a convite do Sou de Algodão, movimento que promove o consumo responsável na indústria. Para acompanhar de perto esse processo, a coluna desembarcou na Fazenda Pamplona, localizada em Cristalina de Goiás. Por lá, 18 kg de algodão são colhidos por hectare.
O movimento é uma iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que realiza ações e parcerias para incentivar o uso do algodão sustentável produzido em solo nacional. “Por aqui, toneladas de plumas são produzidas com certificação e estamos levando esta etiqueta para os produtos finais, que vão para as prateleiras das lojas”, explica Marcio Portocarrero, diretor executivo da Abrapa.
Vale relembrar que o Brasil é líder mundial em algodão sustentável. Em solo tupiniquim, quando o assunto é sustentabilidade, o país está na vanguarda do processo de irrigação natural.
Acompanhando o ciclo das chuvas, apenas 8% da plantação é umidificada artificialmente, durante o ciclo. Para se ter ideia, a Austrália tem 100% e os Estados Unidos contam com 37% desta irrigação.
Colheita
Em setembro, a agricultura destinada ao algodão é iniciada. Após o botão da flor de algodão começar a migrar nos primeiros 30 dias de plantação, os cultivos passam a receberem atenção redobrada para o controle de pragas, que também pode ser guiada por drones.
A primeira safra termina em agosto do ano seguinte, e 100% do produto colhido já tem um destino final. No chão de fábrica, o algodão em caroço passa pela máquina descaroçadeira.
Na próxima etapa, é estriada a fibrilha e, em seguida, ocorre o briquete, que vira ração para gado. No fluxo, os caroços de algodão também são separados e destinados para a extração do óleo. O óleo vegetal costuma abastecer a cadeia alimentícia, ganhando morada nas cozinhas de restaurantes a fast foods, por segurar a temperatura por mais tempo antes de se recompor.
Por fim, o algodão em pula é a última etapa do processo. Ele, então, é destinado à indústria têxtil para a extração dos fios de algodão e seguem em direção aos produtos de cama, mesa, banho e vestuário.
Uma parte do produto segue para os laboratórios de testagens, para as amostras comprovarem a resistência, durabilidade e comprimento dos fios. O controle de qualidade também é essencial para avaliar os materiais do tipo exportação, que irão para fora do país.
Algodão rastreável
A necessidade de maior transparência no processo produtivo é uma demanda no mercado de moda. Como uma forma de alcançar esse objetivo, a Renner e Youcom se uniram à Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), por meio da Sou de Algodão Brasileiro Responsável (SouABR). Com a parceria, entregam a possibilidade do consumidor conhecer a trajetória do item.
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Mídia: Metrópoles